Receitas

O sabor e o saber reflectidos nas receitas tradicionais e inconfundíveis do Concelho de Valongo.

As receitas tradicionais ...

RIBEIRO, Emanuel; “O doce nunca amargou …” 1928; Colares Editora (1997); pág: 89)limao

 “Deita-se numa vasilha de barro 500 gramas de farinha-flor; 500 gramas de açúcar; dois ovos; 200 réis de canela, as raspas de um limão, uma pitada de sal amoníaco e água morna quanto baste. Amassa-se tudo isto muito bem durante meia hora depois fazem-se biscoitos em forma de S S.

É conveniente pôr estes biscoitos muito separados na lata quando vão ao forno, porque crescem muito.”

(RIBEIRO, Emanuel; “O doce nunca amargou …” 1928; Colares Editora (1997); págs: 88, 89)

milhos“ Deita-se num alguidar de barro vidrado um quilo de farinha de milho amarelo, peneirado por peneira de seda; um quilo de farinha de trigo, da melhor; um quilo de açúcar; nove ovos; meio quarteirão de manteiga; 30 gramas de amoníaco, 200 réis de canela em pó e água salgada quanto basta para dissolver a farinha. Amassa-se tudo muito bem e, quando a massa estiver bem ligada, deita-se numa tábua e fazem-se com as mãos pequenos charutos que se põem em tabuleiro de lata untado de manteiga e vão ao fogo de forno forte.”

(receita de D. Lininha, confrade, antiga padeira e biscoiteira de Valongo)

pudim-caramelizado5 pães (antigos, de 2 ou 3 dias)
500 ml de leite
250g de açúcar
1 colher de manteiga
6 ovos

1 cálice de vinho do porto
Caramelo: açúcar e água quanto baste
Cortar o pão em fatias. Colocar o leite a ferver.
Quando o leite começar a ferver retirar do lume e deitar por cima do pão e deixar repousar uns minutos. Envolver bem o pão no leite e passar pelo passe-vite.
Bater os ovos e o açúcar, adicionar o vinho do porto e a manteiga Juntar o pão.
Fazer o caramelo e deitar numa forma de pudim.
Deitar o preparado na forma caramelizada e levar ao forno em banho-maria durante cerca de 1 hora ou até que esteja cozido.
Deixar arrefecer, levar ao frio, desenformar depois de frio.

(Receita oferecida à D. Deolinda Ventura de Sousa Castro, avó da D. Helena Cruz, pelas irmãs do pintor Sousa Pinto, 1856/1939, aquando da sua estadia em Valongo)

pudim-pao1 regueifa de 1/2Kg recessa
2 chávenas almoçadeiras de leite
2 ovos inteiros e 11 gemas
raspa de 1 limão e sumo de ½ limão
manteiga e pão ralado q.b.

Retira-se o miolo a uma regueifa de 1/2Kg recessa.
Colocam-se duas chávenas almoçadeiras de leite a ferver e quando deixar de borbulhar coloca-se o miolo a demolhar, mexe-se e abafa-se com um prato. O ideal é fazer esta operação de véspera.
Barra-se abundantemente duas formas de folha (médias) com manteiga e polvilha-se com pão ralado.
Para uma tigela partem-se 2 ovos inteiros e 11 gemas. Juntam-se duas chávenas almoçadeiras de açúcar, raspa de 1 limão e sumo de ½ limão. Mexe-se suavemente, sem bater.
Acrescenta-se a regueifa demolhada, passada pelo passador, e mexe-se sem bater. Despeja-se nas formas.
Vai ao forno de lenha até alourar. Depois cobre-se com uma tampa e coze até perfazer 1h.
Deixa-se arrefecer de um dia para o outro no forno apagado e desenforma-se.

(receita de D. Lininha, confrade, antiga padeira e biscoiteira de Valongo)

regueifa26 Kg farinha de trigo
3 mãos de sal
1 púcara de água
Fermento
Crescente

Mistura-se tudo muito bem com as mãos e deixa-se repousar a massa para esta levedar.
Separa-se a massa em pequenas porções. Divide-se cada uma destas porções em duas partes fazendo dois pequenos cilindros. Entrançasse e enrola-se de forma a criar a regueifa de Valongo. Faz-se decorações (espigas, laços, folhas, pinhas…), em cima a regueifa.
Repete-se o processo para a restante massa.
Vai ao forno a cozer até ficarem cozidas e douradas.

(receita popular; doce feito normalmente no carnaval, mas há quem o faça no natal)

sopa-secaPão velho q.b.
Açúcar loiro
Canela em pó
Água
Limão
Canela em pau
Açúcar
1 ovo
1 Alguidar de barro

Num tacho coloque água, canela em pau, uma casca do limão, açúcar q.b. e deixe ferver. Enquanto a água levanta fervura, parta o pão às fatias e coloque o alguidar a jeito.
Assim que a água levantar fervura, comece a demolhar as fatias de pão e a colocá-las no alguidar, por cada camada colocada polvilhe com o açúcar loiro e a canela em pó, repetindo sempre até o alguidar estar cheio. Pincele com o ovo e leve o alguidar ao forno até ficar dourado.

INGREDIENTES:

Pão de trigosopa seca tipica de valongo
De preferência Cacete, (pão para rabanadas) e de 1 ou 2 dias antes.
Ovos
Açúcar
Canela em pau
Canela moída
Casca de Limão
Água

MODO DE OPERAR:

Fazer uma calda com 15 a 20% de açúcar, com a canela em pau e a casca de limão. Deixar cozer durante 5 a 6 minutos e arrefecer.
Misturar açúcar com canela moída, a gosto.
Espalhar (polvilhar) este açúcar com canela no funda da caçarola, a gosto.
Cortar o pão em fatias (rabanadas), molhar bem na calda, envolver no ovo batido e colocar em camadas numa caçarola de barro, polvilhando cada camada com açúcar misturado com a canela moída.
Sobrepor o pão desta forma, e em camadas sucessivas, até cerca de ¾ da caçarola.
Cozer em forno brando (200º) durante cerca de 30 minutos, e mais 60 minutos a (180º)Cerca de metade desse tempo deve estar coberta para não queimar demasiado. Depois destapar para gratinar, a gosto.

Deve servir-se quente.

Maria Celeste Aguiar